quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ofício Pastoral


O ofício do pastor é um dom de Deus à igreja. Um bom pastor deve ser possuidor de dons espirituais. Além disso deverá ser apto a ensinar ( I Tm 3.2b) (desmascarando o que muitos pastores dizem não fazer parte de sua função, como Silas Malafaia, por exemplo). Nem todos os pastores são mestre e nem todos são dotados de facilidade de expressão. Mas um pastor deve ser possuidor de simpatia e compaixão, sendo capaz de misturar-se bem com as pessoas gostando da companhia dos seus semelhantes. Um monge, trancado em seus mosteiro, que gosta da solidão, meditando, rezando e lendo seus livros sagrados, sem importar quantas outras virtudes possa ter, jamais seria um bom pastor. Um, mestre mergulhado até o pescoço em seus livros, que manuseia idéias e gosta de estudar a aprender, pode ser um professor espetacular de EBD, mas provavelmente não está bem adaptado às tarefas próprias de um pastor.
Um pastor, sendo ocupante de um ofício eclesiástico respeitável, ainda assim, de acordo com certos grupos cristãos, ocupa posição inferior à de um bispo. 
Na bíblia, um pastor pode ser alguém que literalmente, cuida de ovelhas. A forma singular acha-se no Antigo Testamento somente em Jr 17.16. A forma plural aparece por dezesseis vezes, dentre os quais os trechos de Jer 2.8; 3.15; 10.21; 23.1,2 servem de exemplo. No hebraico a palavra correspondente é Raah, baseada na idéia de cuidar dos rebanhos,  dar pasto. já no novo testamento, o termo grego correspondente é poimen, um substantivo que figura somente em Ef 4.11, onde o pastor aparece como alguém que Deus deu à igreja como um dom. Jesus é o principal pastor, segundo se vê no décimo capítulo de João; e todos os demais pastores são subpastores. Uma palavra grega cognata é poimaine 'pastar' (Ver João 21.15), e outra forma verbal é poimanate, significa 'pastoreiai' 'dai o pasto' (I Pe 5.2). Esse pastorei espiritual deve incluir um ensino sério, além do trabalho de cuidar das ovelhas, em todos os sentidos. Jesus é chamado de 'O grande Pastor' em Hb 13.20. Pedro, por sua vez, chamou-o de Pastor e Bispo (supervisor) das vossas almas (I Pe 2.25). Assim os bons pastores são imitadores daquele, e da parte dele recebem sua inspiração e orientação. Ele é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas (Jo 10.2, 11, 14, 16).
Passagens das epístolas pastorais (I e II Timóteo e Tito) nos dão listas das qualificações dos ministros, além de outros. Ver I Tm 3.1 e Tt 2.
Um pastor deve ser homem controlado, livre de vícios, não belicoso, sem excessos. Deve governar bem a sua casa; não pode ser um noviço; deve ter boa reputação, devidamente conquistada; deve ser avesso à maledicências e ao uso incorreto da língua; não deve andar atrás do dinheiro; não deve ser ganancioso; deve ser homem  que se santifica; deve ter uma boa esposa, que não lhe traga pertubações; deve ser forte na fé e mestre da mesma; deve ter ousadia no seu ensino; deve ser cheio de amor e paciência; deve ser perseverante, deve caracterizar-se por boas obras; na doutrina, deve ser incorrupto; deve ser homem sério; sua linguagem deve ser sadia; deve saber exortar; deve ser honesto; deve saber repelir toda forma de impiedade; deve ser alguém ansioso para ensinar e capaz de fazê-lo; e, finalmente, deve ser homem de reconhecida piedade. 
Unger, no artigo intitulado Pastor, divide as muitas qualificações de um pastor em três categorias:
a. O serviço de ministração ao culto divino, pondo em ordem a adoração da congregação, administrando as ordenanças, pregando a palavra de Deus. Nesse sentido o Pastor é um ministro.

b. Ele deve ser habilidoso aos cuidados pastorais, cuidando de alimentar espiritualmente o rebanho, mostrando-se vigilante, deixando-se envolver em boas obras de misericórida e compaixão.
c. Ele deve brandir a autoridade espiritual da igreja, sendo um dirigente que merece respeito e que impõe ordem e disciplina. Um pastor deve ter como um de seus alvos o aperfeiçoamento dos santos. (Ef 4.12), mostrando-se espiritualmente alerta (Hb 13.17; II Tm 4.5), sendo capaz de exortar, advertir, consolar e orientar com autoridade (I Ts 2.22; I Co 4.14,15). No quarto capítulo da epístola aos Efésios, o trabalho dos trabalhos suplementa o trabalho dos apóstolos, evangelistas e profetas.

M.C

7 comentários:

  1. EXCELENTE!!!
    Essas são as verdadeiras características de um homem "segundo o coração de Deus", que não adere ao ministério pastoral pra negociar a lã das ovelhas (como é de praxe hoje em dia).

    Parabéns Mylle!!! Deus continue te enriquecendo em conhecimento.

    ResponderExcluir
  2. Discordo de Unger, no item a.

    O pastor pode até administrar a reunião, mas adoração e culto acontecem na vida da pessoa e isso está fora das mãos dele.

    A influência dele na vida das pessoas(e portanto no culto e adoração delas) é através do ensino e aconselhamento.

    Fora isso o texto está legal.

    Beijo.

    ResponderExcluir
  3. Agora entendi o porque do nosso debate. Muito boa postagem.
    Deus te abençoe!!!

    ResponderExcluir
  4. Olá, shalom.
    Gostaria de esclarecer o 'entendimento' de meu amigo Roberto Soares.
    Quando o meu irmão diz que: "O pastor pode até administrar a reunião, mas adoração e culto acontecem na vida da pessoa e isso está fora das mãos dele.", discordo completamente.
    Paulo em I Coríntios 14, orienta a igreja como administrar os dons, mas por quê?
    Ele orienta a igreja como um pastor, mostrando o verdadeiro modo de adorar. Coríntios achava que os seus dons contribuíam para a sua salvação e com certeza era uma forma de adoração ao Rei, mas estavam enganados.
    Felismente eles tinham Paulinho como apóstolo, para admoesta-los e por que não dizer também exorta-los?
    Hoje a igreja morre de fome, morre de sede, e os pastores nada fazem. Aqui em Salvador existem muitas igrejas em decadência por não saberem adorar.
    Que nós venhamos verdadeiramente aprender o que é a verdadeira adoração e que possamos encontrar pastores dotados de conhecimento bíblico para saber apascentar seu rebanho biblicamente, dentro da verdadeira adoração!
    Beijos.. =**

    ResponderExcluir
  5. No meu curso de administração eu ouvia sempre que é administrar é, mais ou menos, planejar,organizar,dirigir e controlar.

    Não vejo como um pastor poderia ter esse poder sobre a adoração de ninguém.

    O que ele pode fazer é instruir(que acredito ser o que Paulo fez no exemplo que cistaste), o resto é por conta da pessoa.

    Beijão.

    ResponderExcluir
  6. Mas é justamente isso que Unger quer que os pastores venham aprender, a instruir suas ovelhas..

    ResponderExcluir
  7. Que Deus,continue te dando muita sabedoria





    Deus te abbençõe!!!!!

    ResponderExcluir